Caros amigos estamos de volta depois de um breve periodo, voltaremos a publicar as trajetórias dos mestres da nossa arte luta cultura Capoeira, do Brasil e do mundo, que tem a missão de tranmitir os conhecimentos da Capoeira e nossa cultura, a partir de 25/03/2013 !!!
Asé e paz A todos!!!
A TRAJETÓRIA DOS MESTRES DA CAPOEIRA
Espaço voltado a pesquisa e divulgação das trajetórias dos Mestres da Capoeira do passado e do presente, que escreveram e escrevem a história de nossa arte luta nacional no Brasil e no Mundo bem como as curiosidades da capoeira e fatos históricos do Brasil.
sábado, 23 de março de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Caros amigos, sempre visando o melhor para nossa arte a Capoeira, venho lhes comunicar que nós do Blogg A Trajetória dos Mestres da Capoeira estamos vinculados ao Site Social Capoeira. a partir de hoje 30/01/2013, estaremos fazendo nossas postagens no endereço http://capoeira.com.co/page/historia-con-cm-jimmy
Em um trabalho conjunto para que cada vez mais pessoas tenha ascesso, conheçam e entendam de nossa arte - luta cultural estaremos aqui apenas deixando registrados os titulos e enunciado de nossas postagens e o endereço do site.
Como ja havia-mos dito anteriormente, NOSSAS POSTAGENS ATE O PRESENTE MOMENTO , SEGUEM UMA ORDEM CRONOLÓGIA, para que juntos tentemos entender os aspectos socio-culturais que levaram ao surgimento da Capoeira e consequentemente os grandes Mestres , ja que é do saber de todos que tudo tem um principio.
" A questão do 'começo'é um falso problema na capoeira em geral. O importante não é o 'começo' a data histórica não tem tanta importancia, más sim o principio...
No caso da Capoeira, o'começo' é brasileiro, mas o 'principio'..., tanto o fundamento, a historicidade,quanto o mito é africano'
(Muniz Sodré)
A cultura Brasileira é muito vasta principalmente quando falamos da grande diversidade das atividades que cada região apresenta; do reinado a congada, do bumba - boi ao tambor-de-crioula, da marujada ao samba, da pernada a punga e do batuque a capoeira, tudo como elementos representativos da cultura bélica de nosso povo, todos eles de origem mestiço com influencia marcante de povos africanos,indios e portugueses, dentre outros povos brancos colonizadores, se modificaram para sobreviver numa sociedade hostil.
Em um trabalho conjunto para que cada vez mais pessoas tenha ascesso, conheçam e entendam de nossa arte - luta cultural estaremos aqui apenas deixando registrados os titulos e enunciado de nossas postagens e o endereço do site.
Como ja havia-mos dito anteriormente, NOSSAS POSTAGENS ATE O PRESENTE MOMENTO , SEGUEM UMA ORDEM CRONOLÓGIA, para que juntos tentemos entender os aspectos socio-culturais que levaram ao surgimento da Capoeira e consequentemente os grandes Mestres , ja que é do saber de todos que tudo tem um principio.
" A questão do 'começo'é um falso problema na capoeira em geral. O importante não é o 'começo' a data histórica não tem tanta importancia, más sim o principio...
No caso da Capoeira, o'começo' é brasileiro, mas o 'principio'..., tanto o fundamento, a historicidade,quanto o mito é africano'
(Muniz Sodré)
A cultura Brasileira é muito vasta principalmente quando falamos da grande diversidade das atividades que cada região apresenta; do reinado a congada, do bumba - boi ao tambor-de-crioula, da marujada ao samba, da pernada a punga e do batuque a capoeira, tudo como elementos representativos da cultura bélica de nosso povo, todos eles de origem mestiço com influencia marcante de povos africanos,indios e portugueses, dentre outros povos brancos colonizadores, se modificaram para sobreviver numa sociedade hostil.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
TUDO TEM UM INICIO!
ORIGEM DA PALAVRA CAPOEIRA
ORIGEM DA PALAVRA CAPOEIRA
Caros amigos (as).
É com muita alegria que mais uma vez damos continuidade a nossos
trabalhos, no blog A TRAJETÓRIA DOS MESTRES DA CAPOEIRA. E hoje vamos falar das
possíveis origens do vocábulo CAPOEIRA OU CAPUÊRA, de forma direta e tentando
ser ao maximo imparcial e coerente, juntos destrinchar as possiveis origens da
palavra....bom estudo a todos!!
ASÉ E PAZ a todos!!
ASÉ E PAZ a todos!!
O vocábulo capuêra, tem gerado grandes discussões a
cerca de sua origem pois , muitos estudiosos tem versões diferentes para o seu
surgimento e logo seu significado.Grandes controvérsias surgiram , devido a
conclusões precipitadas, erros de grafia e pronuncia.
A palavra capoeira é registrada pela 1ª vez em 1712
por Rafael Bluteau, (Vocabulário Português e Latino), seguido por Moraes em
1813 na segunda edição da sua obra (Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa).
Após isso entrou no terreno da polemica e da investigação etimológica. Valdeloir
Rego, 1968, no seu livro Capoeira Angola (Ensaio Etnográfico).
José de Alencar propõe em 1865 e 1870 que o
vocábulo capoeira vem do Tupi caa-apuam-era, traduzida por
ilha de mato já cortado. Logo Antonio Joaquim Macedo Soares (Dicionário
Brasileiro da Língua Portuguesa, 1870) refuta dizendo que o “nosso exímio romancista sabia muito do
idioma português, pouco do dialeto brasileiro e menos da língua dos brasis...”.
Os antigos dicionários portugueses registram ainda,
outro significado corrente nas arraias da malandragem: porão habitado, ou a
gente que o habita, geralmente em promiscuidade, considerada gente vil ou ralé,
vadia turbulenta.
Neste sentido no séc. XVIII, Francisco Xavier de
Mendonça Furtado escreveu a palavra numa
carta, escrita em 13/06/1757, ao irmão Marques de Pombal, denunciando a
vinda de Lisboa, de gente de baixa categoria (ladrões, assassinos, etc), aos
qual lhe teria obrigado a aplicação de rigorosos castigos.
Mendonça Furtado, não se refere aos indivíduos
denominando-os capoeiras, mas ao carregamento em si mesmo, desses marginais
lisboetas, dizendo que “estava
uma capoeira cheia desta gente para mandarem para cá” e pedia ao irmão para
“que as tais capoeiras de malfeitores fossem distribuídas, por outras partes e
não por um estado que esta se criando”.
Portanto no Pára, como em Portugal, capoeira não se
referia ao negro, mas sim, aos malandros reinóis. Mas os negros rebaixados
socialmente, mais que os malandros reinóis, herdaram a expressão, talvez pelo
espírito de rebeldia ou destreza nas lutas corporais, deixando no Pará,
Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, abundantes registros na crônica policial.
Joaquim Macedo no seu ‘Estudo Lexicográfico do
dialeto bras. 1880’, traz a seguinte denominação: Capoeira ou caá-puêra
significa mato virgem, que já não é, que foi botado abaixo, em lugar nasceu
mato fino e raso.
Ao mato, que se renova sobre os destroços de uma
mata primitiva, dava-se o nome caá-puêra, de que a corruptela fez
capueira, que significa mato extinto. Essa opinião errônea é muito espalhada. Capueira
vem de ko-puêra, roça abandonada da qual o mato tomou conta. A troca
do o
pelo a deve-se a influencia da palavra mais corrente kaá
- mato. Entretanto, o índio nunca chamaria o mato novo de um antigo roçado kaá-puêra
- mato extinto, quando a capueira é, na verdade, um mato renascido.
À roça extinta dava-se o nome de cô-coéra
e também côpoera, da qual procede, o vocábulo capueira, com o
significado, que vulgarmente lhe dá, de roça abandonada e invadida pelo mato,
visto que o mesmo vocábulo, também procede de caá-poéra, mato extinto,
ou que já uma vez foi cortado.
A roça abandonada é kopuêra, em tupi. Kokûera
é uma forma guarani, que como outros termos, se encontram também no dicionário Português
e Brasiliano.
A substituição do o de kopûera pelo a
e capueira
é facil de se dar; basta atentar em kapixaba, que o dic. Português e Brasiliano
já traz, por Kopixaba.
Sem a mais leve referência a palavra portuguesa ca=
poeira, faz supor que todos os significados que registram tem base ou
provém da mesma expressão Tupi.
No Dicionário da língua portuguesa de Eduardo de Farias, edição de 1858, o verbete que nos diz respeito, esta assim redigido:
CAPOEIRA - S.F (Cast. Capoeira)
espécie de cesto fechado ou de grandes gaiolas, na qual se criam e guardam galinhas;
pequena casa destinada ao mesmo fim; mata que se corta ou derriba para lenha,
ou se roça para lavrar a terra. Tira o nome de ser matagal, o matagal de
arbustos semelhantes aos que se fazem capoeiras. É termo usado no Brasil.
Reunindo tudo quanto se diz respeito à palavra capoeira, suas variantes
e derivados quando consideramos proveniente do tupi, e quando se considera como
vernáculo, teremos:
CAPOEIRA - DO TUPI (CAÁ-PUÊRA)
CAPOEIRA - f. mato ralo de
pequeno porte, que nasceu em lugar de mata velha derrubada.
CAPOEIRÃO - m. Capoeira já
incorporada ou que ocupa grande extensão de terreno.
CAPOEIRINHA - s.f. Capoeira
muito nova que começa a se formar.
CAPOEIRO - m. matuto
individuo que vive na capoeira.
CAPOEIRA - s.
Lenha que se retira da capoeira, lenha miúda.
CAPOEIRA - certa ave também
chamada Uru no Rio de Janeiro, segundo Antonio Serrano (Etnografia de la Antigua Província Del Uruguay)
a URÚ, “pequena galinácea, algo parecida a la
perdiz, que abunda em el alto Uruguay, é a ODONDOPHORES CAPUEIRA.
CAPOEIRENTA - adj. Bras. Zona
coberta pelas capoeiras.
CAOPOEIRADA - conjunto de
capoeiras
CAPOEIRAS - s. andar pelas
capoeiras, bater capoeira. CAPOEIREIRO -
adj. Designativo de cervo, veado.
ENCAPOEIRADO - adj. Metido na
capoeira, escondido na região das capoeiras ou terreno já coberto de capoeira.
CAPOEIRA - DO PORTUGUES
CAPOEIRA - s. f. de capão +
eira. Cesto grande onde se guardam ou criam capões e outras aves, gaiola
grande.
CAPOEIRA - s. f. espécie de
cesto com que resguardam a cabeça os defensores de uma fortaleza.
CAPOEIRA - s. f. escavação ou
fosso guarnecido de um parapeito com seteiras e de um teto, com pranchões que
se deita grossa camada de terra.
CAPOEIRA - s. f. velha sege, carro
velho desarticulado.
CAPOEIRA - S. F. cesto grande
que se enche de terra bem batida e se põe em pé para cobrir os que se defendem.
CAPOEIRÃO - m. Bras. Homem
velho e pacato pela idade.
CAPOEIRO – S.m. larapio o que
rouba as aves das capoeiras.
CAPOEIRA - v. t. prender as
aves em gaiolas grandes ou capoeirar.
ENCAPOEIRAR - v. t. o mesmo
que capoeirar.
Vimos ai neste apanhado, quantos motivos existem
para confusões grandes ou pequenas acerca da palavra capoeira.
A etimologia da palavra capoeira é disputada por algumas escolas.
Alguns Brasileiros atribuem à forma Ameríndia, da língua Tupi.
E no português a língua falada no Brasil é mais ou menos cesto grande
de guardar galinhas ou local de engorda de pássaros.
A escola do Kongo pensa que capoeira é uma
deformação da palavra kikongo, kipura/kipula, segundo Dr. Fu-Kiau. Ambos, pura
e pula, servem para descrever movimentos rasteiros rotativos na luta, kipura no
contexto cultural do Congo, é alguma técnica individual de luta de estrangular,
são baseadas ou desenvolvidas no chão, de técnicas ditas rasteiras.
CAPOEIRA - s. f. ochikukula;
casa de galinhas. Ochimba; transporte em viagens.
kuchena (ku) v. castrar, capar (extrair órgãos
sexuais dos capões).
kuchemba (ku) v. gingar.
Xihaxlu - (capoeira) galinheiro.
Nchena - capão.
Segundo Schneider, 1993 (Dicionário Bantu do
Brasil), o étimo esta no vocabulário Umbundo, Kapwila- espancar, bofetada,
tabefe e etc.
Porém, isto não afirma que a capoeira tenha sua
origem na áfrica e nem que a palavra, tenha se emprestado ao “jogo atlético”, a
partir de carregadores de cestos.
O termo capoeira na arte da capoeiragem, ainda vai
continuar sendo uma grande incógnita, pois não existe documento algum que venha
a afirmar a ligação do verbete “Capoeira” com a arte da “capoeiragem”; há uma associação
não somente metafórica, mas também palpável entre Capoeira mata e Capoeira
jogo.
A palavra Capoeira tem diversos significados com
quatro origens diferentes, uma Tupi- Guarani, uma portuguesa, uma persa e outra
africana; tornando mais dificultoso chegar a um desfecho conclusivo, a palavra
usada na associação dos verbetes é a de língua portuguesa, o que deixa uma incógnita,
ainda maior.
Porque a palavra usual é de origem Portuguesa e não
Tupi ou Africana?
Quando estaria mais próxima a nossa realidade?
A atribuição aos elementos da escravaria urbana,
talvez seja, a responsável pela ligação do termo, mas apesar da forte proposta,
fica ainda obscuro e arriscado afirmar que, a palavra capoeira, ligada a arte
da Capoeiragem, tenha vindo de cesto onde guardavam-se capões, galinhas e
outras aves.
domingo, 27 de janeiro de 2013
Dando continuidade a nosso estudo, venho hoje postar a segunda parte da explicativa sobre " O QUE É ESCRAVIDÃO",pois de nada adianta falarmos da arte CAPOEIRA sem entendermos o aspectos históricos antes de seu surgimento, aspectos estes que como antes explicamos levaram ao seu nascimento....Bons estudos a todos!!!
PARTE 02
"O QUE É ESCRAVIDÃO"
"O QUE É ESCRAVIDÃO"
Escravidão na América Pré-Colombiana
Nas civilizações
pré-colombianas (asteca, inca e maia) os escravos não eram obrigados a permanecer como tais durante toda a
vida. Podiam mudar de classe social e normalmente tornavam-se escravos até
quitarem dívidas que não podiam pagar. Eram empregados na agricultura e no exército. Entre os incas, os escravos recebiam uma propriedade rural, na qual
plantavam para o sustento de sua família, reservando ao imperador uma parcela
maior da produção em relação aos cidadãos livres.
Escravidão moderna e contemporânea
No Brasil, a escravidão começou com os índios. Os índios
escravizavam prisioneiros de guerra muito antes da chegada dos portugueses; depois da sua
chegada os índios passaram a comerciar seus prisioneiros com os europeus. Mais tarde os portugueses recorreram aos
negros africanos, que foram utilizados nas minas e nas plantações: de dia
faziam tarefas costumeiras, à noite carregavam cana e lenha, transportavam
formas, purificavam, trituravam e encaixotavam o açúcar.
O comércio de
escravos passou já tinha rotas intercontinentais na época do al-Andalus e mesmo antes durante o Império Romano. Criam-se novas
rotas no momento em que os europeus começaram a colonizar os outros
continentes, no século XVI e, por exemplo, no caso das Américas, nos casos em
que os povos locais não se prestavam a suprir as necessidades de mão-de-obra
dos colonos, foi necessário importar mão-de-obra, principalmente da África.
Nessa altura,
muitos reinos africanos e árabes islâmicos, decorrente das chamadas guerras
santas empreendidas pelos muçulmanos, os quais, sancionados por sua religião,
se apossavam dos bens dos chamados "infiéis" submetidos,
principalmente sua liberdade, vendendo-os ou trocando-os por mercadorias, como
escravos para os europeus. Em alguns territórios brasileiros, o índio chegou a
ser mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. Em São Paulo, até ao final
do século XVII, quase não se encontravam negros, dado a pobreza de sua
população que não dispunha de recursos financeiros para adquirirem escravos
africanos, e os documentos da época que usavam o termo "negros da
terra" referiam-se na verdade aos índios, os quais não eram objeto de compra e venda, só de aprisionamento,
sendo proibido inclusive que se fixasse valor para eles nos inventários de bens
de falecidos. Esta posição fora defendida pelos Jesuítas no
Brasil, o que gerou conflitos com a população local
interessada na escravatura, culminando em conflito, na chamada "A botada dos
padres fora" em 1640.
Com o
surgimento do ideal liberal e da ciência econômica na Europa, a escravatura passou a ser considerada pouco
produtiva e moralmente incorreta. Em 1850, no Brasil,
pela Lei Eusébio
de Queirós, passou-se a punir os traficantes de escravos,
de modo a que nenhum escravo mais entrasse no país; em 1871 foi sancionada a Lei do Ventre
Livre que declarava livre os filhos de escravos nascidos a partir daquele ano,
e em 1885a Lei dos
sexagenários, que concedia liberdade aos maiores de
60 anos. E mais tarde fez surgir o abolicionismo, em meados do século XIX.
Em 1888, quando a escravidão foi abolida no Brasil,pela Lei Áurea, ele era o
único país ocidental que ainda mantinha a escravidão legalizada.
A Mauritânia foi, em 9 de novembro de 1981, o
último país a abolir, na letra da lei, a escravatura, pelo decreto de número
81.234, porém, a escravidão segue existindo no Sudão.
A escravidão é
pouco produtiva porque, como o escravo não tem propriedade sobre sua própria
produção, ele não é estimulado a produzir já que isto não irá resultar em um
incremento no bem-estar material de si mesmo.
Segundo a National
Geographic, há mais escravos hoje do que o total de
escravos que, durante quatro séculos fizeram parte do tráfico transatlântico. Embora,
as denuncias de trabalho escravo no Brasil e em outros países têm sentido
metafórico, já que se trata de proibição de sair os empregados de fazendas, mas
não se trata de compra e venda de pessoas como ocorria no tempo da escravidão
negra.
Escravidão no mundo
A escravidão
foi praticada por muitos povos, em diferentes regiões, desde as épocas mais
antigas. Eram feitos escravos em geral, os prisioneiros de guerra e pessoas com
dívidas, mas posteriormente destacou-se a escravidão de negros. Na idade
Moderna, sobretudo a partir da descoberta da América, houve um florescimento da
escravidão. Desenvolvendo-se então um cruel e lucrativo comércio de homens,
mulheres e crianças entre a África e as Américas. A escravidão passou a ser
justificada por razões morais e religiosas e baseada na crença da suposta
superioridade racial e cultural dos europeus.
Chama-se de tráfico
negreiro o transporte forçado de africanos para as Américas como escravos, durante o período colonialista.
A escravidão na Bíblia
A bíblia traz vários preceitos sobre escravos e regulamenta
aspectos da escravidão, mas em nenhum momento, condena a prática da escravidão
em si, tanto no Velho Testamento, como no Novo Testamento. Israelitas homens deveriam ter a opção de liberdade após seis anos de
trabalho com algumas condições. Escravos estrangeiros e seus descendentes se tornavam propriedade
perpétua da família que os possuía.
Deuteronômio 23:16 proíbe entregar um escravo fugitivo. Dt
23:17 proíbe enganar um escravo fugitivo. Levítico 25:39 proíbe
utilizar um escravo hebreu em tarefas degradantes. Levítico 25:42 proíbe vender
um escravo hebreu em leilão. Levítico 25:43 proíbe utilizar um escravo hebreu
para trabalho desnecessário. Lev. 25:53 proíbe que se maltrate um escravo
hebreu. Êxodo 21:8 proíbe a venda de escrava hebréia e proíbe
privações a uma escrava hebréia que se desposou. Dt. 21:14 proíbe escravizar
uma prisioneira depois de tê-la tomado. Êxodo 20:17 ordena: "Não
cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu
escravo, nem sua escrava".
Deuteronômio
5:14 prescreve o descanso também do escravo no sábado: ”No sétimo dia da
semana é o dia de descanso, dedicado a mim, o seu Deus. Não faça nenhum
trabalho nesse dia, nem você, nem os seus filhos, nem as suas filhas, nem os
seus escravos, nem as suas escravas, nem os seus animais, nem os estrangeiros
que vivem na terra de você. Assim como você descansa, os seus escravos também
devem descansar”, e Deuteronômio 5:15 acrescenta: “Lembre que você foi
escravo no Egito e que eu, o SENHOR, seu Deus, o tirei de lá com a minha força
e com o meu poder.”
A Torá também prescreve: Em Ex. 21:2 que quando um
escravo hebreu deve ser alforriado 7 anos depois da compra. Em Ex: 21:8 ordena
que se a escrava hebréia não agradar ao senhor que prometeu desposá-la, ele
terá que permitir seu resgate. Em Lev. 25:46 e em Ex 21:26 diz que um escravo
cananeu deve ser escravo para sempre salvo se "se alguém ferir o olho
do seu escravo, e ele perder a vista, o escravo terá de ser libertado como
pagamento pelo olho perdido" . Em Êx. 21:7 se ordena que "Se
um homem vender sua filha para ser escrava, esta não lhe sairá como saem os
escravos".
"Vós,
servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na
sinceridade de vosso coração, como a Cristo".
A escravidão e os negros vistos pela Igreja Católica
A Igreja Católica desde o século XV, pronunciou
sua posição através de vários papas, condenando a escravidão. Em 13 de Janeiro de
1435, através da bula Sicut Dudum, O primeiro
documento que trata explicitamente da questão, é do Papa Eugénio IV, que mandou restituir à liberdade os escravos das Ilhas Canárias. Em 1462, o Papa Pio II (1458-1464) deu instruções aos bispos contra o
tráfico negreiro que se iniciava, proveniente da Etiópia; o Papa Leão X (1513-1521) despachou documentos no mesmo
sentido para os reinos de Portugal e da Espanha.
Nos séculos
seguintes, contra a escravidão e o tráfico se pronunciam também os papas Gregório XIV (1590-1591), por meio da bula Cum Sicuti (1591), Urbano VIII (1623-1644), na bula Commissum Nobis (1639) e Bento XIV (1740-1758) na bula Immensa Pastorum (1741). No século XIX, no mesmo
sentido se pronunciou o papa Gregório XVI (1831-1846) ao publicar a bula In Supremo Apostolatus (1839). Em 1888, o Papa Leão
XIII, na encíclica In Plurimis, dirigida aos
bispos do Brasil, pediu-lhes apoio ao Imperador (Dom Pedro II) e a sua filha
(Princesa
Isabel), na luta que estavam a travar pela abolição
definitiva da escravidão.
África
As primeiras
excursões portuguesas à África subsaariana foram pacíficas (o marco da chegada
foi a construção da fortaleza de S. Jorge da Mina, em Gana, em 1482).
Portugueses muitas vezes se casavam com mulheres nativas e eram aceitos pelas
lideranças locais. Já em meados da década de
1470 os "portugueses tinham começado a comerciar na Enseada do Benim e frequentar o delta do rio Níger e os rios que
lhe ficavam logo a oeste", negociando principalmente escravos com
comerciantes muçulmanos.
Os
investimentos na navegação da costa oeste da África foram inicialmente
estimulados pela crença de que a principal fonte de lucro seria a exploração de
minas de ouro, expectativa que não se realizou. Assim, consta que o comércio de
escravos que se estabeleceu no Atlântico entre 1450 e 1900 contabilizou a venda de cerca de
11 313 000 indivíduos (um volume que tendo a considerar subestimado).
Em torno do
comércio de escravos estabeleceu-se o comércio de outros produtos, tais como marfim, tecido, tabaco, armas de fogo e peles. Os comerciantes usavam como moeda pequenos
objetos de cobre, manilhas e contas de vidro trazidos de Veneza. Mas a principal
fonte de riqueza obtida pelos europeus na África foi mesmo a mão-de-obra barata
demandada nas colônias americanas e que pareceu-lhes uma boa justificativa para
os investimentos em explorações marítimas que, especialmente os portugueses,
vinham fazendo desde o século XIV. Dessa forma,
embora no século XV os escravos fossem vendidos em Portugal e na Europa de maneira geral, foi com a exploração das
colônias americanas que o tráfico atingiu grandes proporções.
Entre o século XVI e o século XVIII estima-se que
cerca de 1,25 milhões de Europeus cristãos foram capturados por piratas e
forçados a trabalhar no Norte de África. Esta época foi particularmente marcada
pelo reinado de Moulay Ismail.
Brasil
A primeira
forma de escravidão no Brasil foi dos gentios da terra ou negros da terra, osíndios especialmente
na Capitania de São Paulo onde seus moradores pobres não tinham condições de
adquirir escravos africanos, nos primeiros dois séculos de colonização. A
Escravização de índios foi proibida pelo Marquês de
Pombal. Eram considerados pouco aptos ao trabalho.
No Brasil, a
escravidão africana teve início com a produção canavieira na primeira metade do século XVI como tentativa de solução à "falta de
braços para a lavoura", como se dizia então. Os portos principais de desembarque escravos eram: no Rio de
Janeiro, na Bahia negros da Guiné, no Recife e em São Luís do
Maranhão.
Os portugueses,
brasileiros e mais tarde os holandeses traziam os negros africanos de suas
colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos derapadura do Nordeste. Os comerciantes de escravos vendiam
os africanos como se fossem mercadorias, as quais adquiriam de tribos africanas
que haviam feito prisioneiros. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro
daqueles mais fracos ou velhos. Eram mais valorizados, para os trabalhos na
agricultura, os negros Bantos ou Benguela ou Banguela ou do Congo, provenientes
do sul da África, especialmente de Angola eMoçambique, e tinham
menos valor os vindo do centro oeste da África, os negros Mina ou da Guiné, que receberam este nome por serem embarcados no porto de
São Jorge de Mina, na atual cidade de Elmina, e eram mais
aptos para a mineração, trabalho o qual já se dedicavam na África
Ocidental. Por ser a Bahia mais próxima da Costa da Guiné
(África Ocidental) do que de Angola, a maioria dos negros baianos são Minas.
Como eram
vistos como mercadorias, ou mesmo como
animais, eram avaliados fisicamente, sendo melhor avaliados, e tinham preço
mais elevado, os escravos que tinham dentes bons, canelas finas, quadril estreito e calcanhares altos, em
uma avaliação eminentemente racista. O preço dos escravos sempre foi elevado
quando comparado com os preços das terras, esta abundante no Brasil. Assim,
durante todo o período colonial brasileiro, nos inventários de pessoas
falecidas, o lote (plantel) de escravos, mesmo quando em pequeno número, sempre
era avaliado por um valor, em mil-réis, muito maior que o valor atribuído às terras do fazendeiro. Assim a morte
de um escravo ou sua fuga representava para o fazendeiro uma perda econômica e
financeira imensa.
O transporte
era feito da África para o Brasil nos porões do navios
negreiros. Amontoados, em condições desumanas, no começo
muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os
corpos eram lançados ao mar. Por isso o cuidado com o transporte de escravos
aumentou para que não houvesse prejuízo. As condições da tripulação dos navios não era muito melhor que a dos escravos.
A escravidão no
Brasil levou a formação de muitos quilombos que traziam
insegurança e frequentes prejuízos a viajantes e produtores rurais. Em Minas Gerais, por exemplo,
em torno da Caminho de
Goiás, a Picada de Goiás, único acesso ao atual centro oeste do Brasil, o Quilombo do
Ambrósio, o maior de Minas Gerais foi assim descrito por
Luís Gonzaga da Fonseca, em sua "História de Oliveira":
"Goiás era uma Canaã. Voltavam ricos os que tinham ido pobres. Iam e viam mares de
aventureiros. Passavam boiadas e tropas. Seguiam comboios de escravos.
Cargueiros intérminos, carregados de mercadorias, bugigangas, miçangas,
tapeçarias e sal. Diante disso, negros foragidos de senzalas e de comboios em
marcha, unidos a prófugos da justiça e mesmo a remanescentes dos extintos
cataguás, foram se homiziando em certos pontos da estrada ("Caminho de
Goiás" ou "Picada de Goiás"). Essas quadrilhas perigosas,
sucursais dos quilombolas do rio das mortes, assaltavam transeuntes e os
deixavam mortos no fundo dos boqueirões e perambeiras, depois de pilhar o que
conduziam. Roubavam tudo. Boiadas. Tropas. Dinheiro. Cargueiros de mercadorias
vindos da Corte (Rio de Janeiro). E até os próprios comboios de escravos,
mantando os comboeiros e libertando os negros trelados. E com isto, era mais
uma súcia de bandidos a engrossar a quadrilha. Em terras oliveirenses
açoitava-se grande parte dessa nação de “caiambolas organizados” nas matas do Rio
Grande e Rio das Mortes, de que já falamos. E do combate a essa praga é que vai surgir a
colonização do território (de Oliveira
(Minas Gerais) e região). Entre os mais perigosos bandos do Campo Grande, figuravam o
quilombo do negro Ambrósio e o negro Canalho."
O dia a dia do escravo
Nas fazendas de cana ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos
eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito, de quatorze a
dezesseis horas, o que se tornou o principal motivo dos escravos fugirem; outro
motivo eram os castigos e o outro era porque recebiam apenas trapos de roupa e
uma alimentação de péssima qualidade (recebiam pouca comida e no máximo duas
vezes por dia). Passavam as noites nas senzalas(galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar
fugas.
Eram
constantemente castigados fisicamente (quando um escravo se distraía no
trabalho ou por outros motivos, eram amarrados em um tronco de árvore e açoitados, as vezes, até perderem os
sentidos); torturando-os fisicamente e psicologicamente, os senhores e seus algozes buscavam destruir os valores do negro e forçá-lo
a aceitar a ideia da superioridade da raça branca sendo que o açoite era a
punição mais comum no Brasil Colônia para os escravos. Além de todos esses castigos
havia uma máscara que impedia os escravos de beberem e fumarem deixando os
vícios; essa máscara era chamada de "máscara de folha de flandres".
Por mais
violentas que fossem as ações dos senhores, os torturados nada podiam fazer. A
lei número 4 de 10 de junho de 1835 proibia os escravos de causar qualquer tipo
de ofensa ou agressão ao patrão e aos companheiros que com ele moravam,
punindo-os com acoites ou, na maioria dos casos, com a pena de morte (Lei número 4 de 10 de junho de 1835- pág. 5). Esta lei só seria parcialmente revogada em 1886 pela lei número 3.310
de 15 de outubro de 1886, dois anos antes da abolição da escravatura, quanto à
imposição da pena de açoites. (Lei número 3.310 de 15 de outubro de 1886- pág.
52).
Afirmação
oposta sobre como o escravo era tratado por seus senhores fez o cafeicultor e
deputado estadual paulista Martinho da Silva Prado Júnior (Martinico Prado), na
sessão da Assembleia Provincial de São Paulo de 16 de março de 1882. Condenando a proibição do comércio de escravos
entre as províncias brasileiras, Martinico Prado relata, aos deputados
paulistas, que muitos proprietários de escravos de Minas Gerais não queriam se
separar de seus escravos, quando imigrassem para São Paulo:
|
Ato esse (proibir a venda de escravo para
outra província) que, para os pequenos proprietários de escravos da Província
de Minas, é o mais atroz possível, pois v. excelência não ignora que o
sertanejo mineiro estima e se torna afeiçoado ao seu escravo que se torna
parte integrante de sua família, tributando-lhe pronunciada afeição. Relata
então o que ouviu de mineiros que queriam vir para São Paulo e desejavam
poderem trazer seus escravos: Tenho recebido pedidos instantes, súplicas
pungentes, acompanhadas até de lágrimas, para que eles (os escravos) possam vir para esta província (São
Paulo) dizendo: "Faça com que a Assembleia paulista nos abra as portas
das províncias para não sermos obrigados à miséria ou a vendar aqueles que
criamos desde a infância".!
|
—Martinico Prado
|
Os discursos de
Martinico Prado na Assembleia Provincial paulista foram transcritos no livro do
"centenário de Martinico Prado", intitulado "In Memoriam,
Martinico Prado, 1843-1943 editado em São Paulo pela Editora Elvino Pocai.
A pena de
açoite para o escravo só foi abolida por lei imperial de 1885, pouco antes da Lei Áurea, o que
ocasionou fugas em massas de escravos nos últimos anos da escravidão no Brasil,
fato denunciado nos debates sobre a Lei Áurea:
|
Os escravos fugiram em massa, prejudicando não
só os grandes interesses econômicos, mas também interesses de segurança
pública: houve mortes, houve ferimentos, houve invasão de localidades, houve
o terror derramado por todas as famílias, e aquela importante província
durante muitos meses permaneceu no terror mais aflitivo. Felizmente os
proprietários de São Paulo, compreenderam que, diante da inação da Força
Pública, melhor seria capitularem perante a desordem, e deram liberdade aos
escravos.
|
—Andrade Figueira
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Aculturação e miscigenação
Grande parte
dos escravos negros foram assimilados culturalmente assumindo a religião católica especialmente os provenientes deAngola e Moçambique, enquanto a
maioria dos escravos embarcados no porto do Castelo de
São Jorge da Mina, na atual Elmina, emGana, e que se fixaram no nordeste do
Brasil, especialmente na Bahia, permaneceram
com suas religiões africanas.
Era usual na
época da escravidão, fazendeiros ou seus filhos homens terem filhos com escravas, donde se
originou grande parte dapopulação mestiça brasileira, na época, chamados de pardos.
Rebeliões, insurreições e mobilização pelo fim da escravidão
Ex-escravos
fundaram sociedades secretas que financiavam as revoltas e fugas de
escravos, e os escravos de origem africana começaram a atuar publicamente
contra a escravidão. Escravos refugiados em quilombos atacavam fazendas, tornando a
escravidão um perigo para os próprios fazendeiros.
Com a lei Eusébio de
Queirós, o tráfico de escravos para o Brasil o
tornou-se ilegal, e o preço destes passou a ser proibitivo para pequenos e
médios fazendeiros. Tal fator, ao longo do tempo, fez com que a escravidão
negreira se tornasse antieconômica. Os grandes fazendeiros, como solução,
passaram a recorrer à mão-de-obra de imigrantes, resolvendo assim, o problema secular da "falta de braços para
a lavoura". Depois que o Brasil se tornou uma república, os
presidentes republicanos se limitaram a tomar medidas no máximo ínfimas
para integrar os ex-escravos e seus descendentes à sociedade.
O fundamento econômico da escravidão
Vale lembrar
que a escravidão veio para o Brasil através do mercantilismo: os negros
africanos vinham substituir os nativos brasileiros na produção canavieira, pois
esse tráfico dava lucro à Coroa
Portuguesa, que recebia os impostos dos traficantes. Até 1850, aeconomia era quase que exclusivamente movida pelo braço
escravo. O cativo estava na base de toda a atividade, desde a produção docafé, açúcar, algodão, tabaco, transporte de cargas, às mais diversas funções
no meio urbano: carpinteiro, pintor, pedreiro, sapateiro,ferreiro, marceneiro, entre outras,
embora várias dessas profissões fossem exercidas principalmente por cristãos-novos.
Estados Unidos da América
A história da
escravidão nos Estados Unidos da América inicia-se no século XVII, quando práticas escravistas similares aos utilizados pelos espanhóis e portuguesesem colônias na América Latina, e termina em 1863, com a Proclamação de Emancipação de Abraham Lincoln, realizada durante a Guerra Civil
Americana. Apesar de o tráfico de escravos ter sido
proibido em 1815, o contrabando continua até o ano de 1860,
enquanto no norte crescia a campanha pela abolição. A guerra civil que se segue
deixa um saldo de centenas de milhares de mortos e uma legião de negros
marginalizados. Nenhum programa governamental é previsto para sua integração profissional
e econômica. O sul permanece militarmente ocupado até 1877, favorecendo o surgimento de sociedades
secretas como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku Klux Klan, que empregam
a violência para perseguir os negros e defender a segregação racial.
Portugal
Na época
anterior à formação de Portugal como reino existe registro da prática de
escravatura pelos Romanos, pelos Visigodos e durante o Al-Andaluz a escravidão
dos cristãos capturados e dos Saqaliba. Depois da
independência de Portugal tem-se conhecimento de ataques de piratas normandos a
vilas costeiras, das razias que Piratas da
Barbária faziam entre a população costeira e das ilhas. As vilas ficavam
geralmente desertas e a população era vendida no mercado de escravos do norte
de África. Havia chefes corsários que vinham do norte de África até à península
que eram elches, "renegados" da fé cristã ou mouriscos capturados que
mudavam de "lado". Os prisioneiros de guerra capturados na península
tornavam-se escravos. Só em 6 de julho de 1810 com a assinatura do primeiro tratado
luso-argelino de tréguas e resgate, confirmado em 1813, com a assinatura do
Tratado de Paz, acabou a razia nas vilas costeiras de Portugal e captura de
portugueses para a escravatura no norte de África.
Antes de 1415,
através do resgate de cativos portugueses fizeram-se os primeiros contactos com
comércio de escravos na cidade de Ceuta. Resgatar familiares era obrigação cujo
descumprimento poderia originar pesadas penas. As igrejas mantinham caixinhas
de peditório para resgate dos cativos. Crianças e mulheres tinham prioridade de
serem resgatadas.
Quando em 1415 Portugal conquistou Ceuta havia aí um importante centro comercial onde confluíam rotas de escravos
trazidos daÁfrica
subsariana por comerciantes beduínos. A conquista
de Ceuta pelos portugueses, levou os traficantes de escravos a desviar as suas
rotas de comércio para outras cidades. Ceuta perdeu então importância
comercial, mas tornou-se importante ponto estratégico-militar de vigilância ao
comércio de outras mercadorias entre as costas européias do Atlântico e a
península itálica. Com a presença portuguesa no ocidente do Norte de África, o
comércio de escravos não mais recuperou a importância que havia tido sob o
domínio muçulmano.
Os portugueses,
nas viagens que fizeram ao longo da costa na direção do sul de África, contataram
também aí com o comércio de escravos. O primeiro lote de escravos africanos
transportados para Portugal foram os que a tripulação do navegador Antão
Gonçalves comprou na costa do Argüim (hoje Mauritânia) em 1441.
Quando, passado cerca de meio século, os primeiros Portugueses começaram a
chegar à Guiné, contataram também com o tráfico negreiro aí existente, mas nessa
altura o objetivo dos portugueses era já a Índia das especiarias. O
desenvolvimento do comércio de escravos, com envolvimento de portugueses, só
veio a acontecer no século XVII em competição com holandeses, ingleses e
franceses, vindo a ter o seu auge no Século XVIII com o comércio
dos escravos africanos para o Brasil.
No entanto, o
corpo legislativo emanado das chancelarias régias portuguesas é abundante em
diplomas destinados a reprimir a escravatura e a proteger os indígenas:
provisões de D. João II, de 5 de Abril e 11 de Junho de 1492, e alvarás de 18 de Julho e 10 de
Dezembro de 1493; a célebre lei de 20 de Março de 1570 sobre "a
liberdade dos gentios das terras do Brasil, e mais Conquistas"; a
provisão de 20 de Setembro de 1570, onde o rei D. Sebastião ordena que
"Portugues algum nam possa resgatar nem catiuar Iapão; e sendo caso,
que resgatem, ou catiuem alguns dos ditos Iapões, os que assim forem
resgatados, ou catiuos, ficaram livres…". Os alvarás de 5 de Junho de
1605, de 3 de Julho de 1609, e o alvará com força de lei de 8 de Maio de 1758,
vão no mesmo sentido.
No século XVIII
foi aliás Portugal a tomar a dianteira na abolição da
escravatura. Decorria o Reinado de D. José I quando, em 12 de
Fevereiro de 1761, esta foi abolida pelo Marquês de
Pombal no Reino/Metrópole e na Índia.
No Século XIX, em 1836, o
tráfico de escravos foi abolido em todo o Império. Os primeiros escravos a
serem libertados foram os do Estado, por Decreto de 1854, mais tarde, os das
Igrejas, por Decreto de 1856. Com a lei de 25 de Fevereiro de 1869 proclamou-se
a abolição da escravatura em todo o Império
Português, até ao termo definitivo de 1878.[25]
Fim da escravidão
Ainda que
outras formas de escravidão ainda persistam no mundo contemporâneo, chama-se de abolicionismo o movimento
político que visou a abolição da escravatura e do tráfico de
escravos que existia abertamente, tendo suas origens durante o Iluminismo no século XVIII. Tal movimento
se tornou uma das formas mais representativas de ativismo político do século XIX até à atualidade.
Escravidão no mundo contemporâneo ou Escravidão
branca
Pela letra da
lei a escravidão é extinta. O último país a abolir a escravidão foi a
Mauritânia em 1981. Porém a escravidão continua em muitos países, porque as
leis não são aplicadas. Elas foram somente feitas pela pressão de outros países
e da ONU, mas não representam a vontade do governo do
respectivo país. Hoje em dia tem pelo menos 27 milhões escravos no mundo.
Principalmente
em países árabes e outros países muçulmanos existem ainda
escravos tradicionais.[ A caça de
escravos negros, visando a captura de moças e crianças bonitas para serem
escravas domesticas ou ajudantes para vários trabalhos, existe principalmente
no Sudão.
Na escravatura branca (tráfico humano para a prostituição forçada) se encontram presas milhões de moças,
principalmente de regiões pobres como Ucrânia, Moldávia, Rússia, África, Índia e países onde a prostituição tem
tradicionalmente muito peso, como a Tailândia e as Filipinas. As meninas
são aliciadas com falsas promessas, vendidas e tem que prostituir-se até a
divida (o preço pelo compra e adicionais) é paga. Muitas vezes a prostituta escravizada é vendida a seguir e tudo começa de
novo.
Existe também
um semelhante tráfego com crianças, que trabalham como escravos em outros
países. Muitas vezes eles são mutilados e obrigadas a mendigar e entregar tudo
aos seus donos.
Além disso
existem várias outras formas de escravidão. Os preços variam muito. Enquanto
moças bonitas vendidas para países rendem até 20 mil dólares, se compra às
vezes crianças e mocinhas adolescentes na Moldávia, sul da Índia, Paquistão ou China emorfanatos ou de famílias pobres por menos de 100 dólares.
Nessas
estatísticas nem são contadas milhões de mulheres e meninas, que pela tradição
ou até as leis em muitos países muçulmanos e outras regiões são consideradas
propriedade de seus maridos ou pais.
Alguns analistas
entendem que os regimes ditatoriais como os da Coreia do Norte e Cuba seriam
regimes de escravidão pois os trabalhadores produzem em benefício de um grupo
que não pode ser retirado de sua posição de poder dominante, fazendo este
serviço em troca de comida (ração fornecida pelo estado totalitário) sem poder
ter outra opção, pois em caso de algum desacordo com os representantes do
regime no local de trabalho ele ficaria sem a sua cota de alimento ou muito
provavelmente seria preso e executado.
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Como pudemos ver, a
escravidão do homem vem desde a antiguidade e em alguns casos se estende ate os
dias atuais, por motivos diversos, do domínio militar, passando pela facilidade
econômica, e de certa forma ate por ter se tornado um fator cultural em algumas
sociedades.
E assim, em meio a tudo isso surgiu a nossa arte luta Capoeira....a nossa arma em busca do direito basico de todo ser humano a LIBERDADE.
E assim, em meio a tudo isso surgiu a nossa arte luta Capoeira....a nossa arma em busca do direito basico de todo ser humano a LIBERDADE.
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